É bem provável que toda a populaçao brasileira esteja com o rosto fixado numa tela de TV vendo a abertura oficial dos jogos da Copa do Mundo. Sei que a festa já está acontecendo há tempos e que as sacadas, as janelas, os carros, as bicicletas, os ônibus...levam a bandeira brasileira e a esperança no coraçao.
Aqui, nao tem nada parecido à festa do Brasil - esta que acontece de 4 em 4 anos. O povo daqui nao se emociona especialmente com o futebol - que é um acontecimento simples, sem maiores transcendências. Nao se sente nenhuma vibraçao nas pessoas e as ruas nao denotam o momento esportivo que se começa a viver. Neste sentido, nao tem nada a ver com o momento do Brasil. Ontem comentei com um amigo brasileiro que os jogos começariam hoje. Ele nao sabia. Se estivéssemos no Brasil, este comentário nao teria cabida. Ele saberia e eu também. Nem poderia ser diferente.
A abertura da Copa nao foi transmitida pela TV daqui. Os jogos serao transmitidos por emissoras pagas. A única que vai transmitir alguns jogos, sem pagar, é bastante ruim e, provavelmente, só transmitirá os jogos que interessam aos espanhóis - claro!
COMO VOU ASSISTIR ÀS PARTIDAS DO BRASIL?!?
sexta-feira, junho 09, 2006
Momento da Copa
terça-feira, junho 06, 2006
O lado obscuro da imigraçao
Sempre manifestei minha alegria pela política de imigraçao do presidente Zapatero. Nao sou a única, evidentemente. Mas, em contrapartida, uma boa parte da sociedade espanhola renega estas criaturas. Tem muito espanhol que nao tolera imigrantes e que atribui a eles todas as desgraças sociais da atualidade. E, claro, isso nao é bom para ninguém.
A Alemanha e a França criticaram e continuam criticando duramente a política imigratória da Espanha. Agora, eles apoiam suas críticas na crescente onda de violência e de assaltos que este país vem sofrendo. Neste sentido, a naçao espanhola desconhecia a fúria e a beligerância das máfias do leste - principalmente - que causaram pânico e alvoroço nas últimas semanas. Em dois ou três meses, a situaçao alcançou níveis de brutalidade nunca vistos/vividos.
Neste momento, a Espanha está cheia de romenos, búlgaros, albanos-kosovares e outros imigrantes do Leste. Muitos deles viveram a guerra balcânica. As atrocidades desta guerra ficaram marcadas em todos que praticaram e sofreram crimes tao absurdos. Muitos dos imigrantes - muitos! - sao militares fugitivos, especializados em bombas e em outras maravilhas destas. É a dura realidade. Nos últimos meses, a situaçao tornou-se caótica. Começaram a acontecer assaltos de uma violência impressionante, com bombas e armas de exército, usadas para derrubar muros e portas. Um assalto atrás do outro. O alarme social é impressionante. O pânico se espalhou pelo país.
As notícias estampadas nos jornais atribuem a violência extrema às máfias do leste; e os assaltos com menos violência - como os de ruas e os seqüestros - às quadrilhas organizadas da América do Sul. Com isso, é normal que os imigrantes sejam vistos com olhos atravessados. O medo provoca a rejeiçao e a generalizaçao dos fatos. Este é o lado obscuro da imigraçao. É evidente que, no meio destes imigrantes, existe muita gente boa, que nao tem nada a ver com a insensatez dos assaltos praticados. Mas a sociedade espanhola enfrenta um momento de medos e incertezas, onde a política de Zapatero está sendo bastante criticada.
Um jornal de Madrid publicou uma conversa telefônica entre um albano-kosovar que estava na Espanha e outro que estava em sua terra. O primeiro dizia ao outro que viesse logo para a Espanha, porque aqui a polícia nao fazia nada e eles eram completamente livres para fazer o que quisessem. A verdade é que a polícia daqui nao estava preparada para o desmantelo que eles produziram recentemente e para a organizaçao militar destes imigrantes.
Tomara que o governo encontre uma saída eficaz para a situaçao atual e, principalmente, tomara que a xenofobia da Alemanha e da França nao endureça o coraçao dos espanhóis que se mostram sensíveis ao drama dos imigrantes! Nao se pode generalizar e pensar que todos os imigrantes sao criminosos e de má índole. A generalizaçao é um perigo.
A Espanha atravessa um mau momento em relaçao à imigraçao, mas vamos torcer para que tudo volte à normalidade e que a abertura e a disponibilidade em relaçao aos menos favorecidos continuem sendo possível.
A Alemanha e a França criticaram e continuam criticando duramente a política imigratória da Espanha. Agora, eles apoiam suas críticas na crescente onda de violência e de assaltos que este país vem sofrendo. Neste sentido, a naçao espanhola desconhecia a fúria e a beligerância das máfias do leste - principalmente - que causaram pânico e alvoroço nas últimas semanas. Em dois ou três meses, a situaçao alcançou níveis de brutalidade nunca vistos/vividos.
Neste momento, a Espanha está cheia de romenos, búlgaros, albanos-kosovares e outros imigrantes do Leste. Muitos deles viveram a guerra balcânica. As atrocidades desta guerra ficaram marcadas em todos que praticaram e sofreram crimes tao absurdos. Muitos dos imigrantes - muitos! - sao militares fugitivos, especializados em bombas e em outras maravilhas destas. É a dura realidade. Nos últimos meses, a situaçao tornou-se caótica. Começaram a acontecer assaltos de uma violência impressionante, com bombas e armas de exército, usadas para derrubar muros e portas. Um assalto atrás do outro. O alarme social é impressionante. O pânico se espalhou pelo país.
As notícias estampadas nos jornais atribuem a violência extrema às máfias do leste; e os assaltos com menos violência - como os de ruas e os seqüestros - às quadrilhas organizadas da América do Sul. Com isso, é normal que os imigrantes sejam vistos com olhos atravessados. O medo provoca a rejeiçao e a generalizaçao dos fatos. Este é o lado obscuro da imigraçao. É evidente que, no meio destes imigrantes, existe muita gente boa, que nao tem nada a ver com a insensatez dos assaltos praticados. Mas a sociedade espanhola enfrenta um momento de medos e incertezas, onde a política de Zapatero está sendo bastante criticada.
Um jornal de Madrid publicou uma conversa telefônica entre um albano-kosovar que estava na Espanha e outro que estava em sua terra. O primeiro dizia ao outro que viesse logo para a Espanha, porque aqui a polícia nao fazia nada e eles eram completamente livres para fazer o que quisessem. A verdade é que a polícia daqui nao estava preparada para o desmantelo que eles produziram recentemente e para a organizaçao militar destes imigrantes.
Tomara que o governo encontre uma saída eficaz para a situaçao atual e, principalmente, tomara que a xenofobia da Alemanha e da França nao endureça o coraçao dos espanhóis que se mostram sensíveis ao drama dos imigrantes! Nao se pode generalizar e pensar que todos os imigrantes sao criminosos e de má índole. A generalizaçao é um perigo.
A Espanha atravessa um mau momento em relaçao à imigraçao, mas vamos torcer para que tudo volte à normalidade e que a abertura e a disponibilidade em relaçao aos menos favorecidos continuem sendo possível.
segunda-feira, junho 05, 2006
As decisoes
Às vezes, tomar decisoes é um processo fácil e rápido; outras vezes, quando nao temos muita clareza da situaçao, é bastante complicado escolher um caminho ou outro.
Quando eu era mais jovem, nao tinha grandes conflitos para decidir meus caminhos e movimentos. Decidia, ia inteira e agüentava o tranco - às vezes, chorando e reclamando nos braços dos irmaos e do(a)s amigo(a)s, se fosse muito duro. Agora, com mais idade, parece que fiquei mais indecisa. Na verdade, nao sei se é indecisao. O que sei é que nao necessitava de tanta reflexao para decidir meu futuro. Eu ia na onda do que estava acontecendo. Era mais fácil.
Neste momento, acho que perdi a onda, o impulso e a soltura. O futuro me faz refletir.
Estarei velha, ranzinza e antiquada?
Neste final de semana tive que tomar uma decisao importante para mim. Tive que decidir entre viver os próximos 2 anos aqui, em Madrid, ou viver este tempo em Trinidad y Tobago, no Caribe. Depois de muita reflexao, decidi ficar aqui e assumir todas as interrogaçoes que visitarao a minha cabeça nos próximos tempos: como seria viver ali? como seria dar classes a uma populaçao tao mestiça? como seria conviver com os que nasceram nas duas ilhas? como seria conviver com os ingleses? como seria o carnaval deles? E as praias? Espero, um dia, visitar estas ilhas/país e nao me arrepender da decisao tomada.
Quando eu era mais jovem, nao tinha grandes conflitos para decidir meus caminhos e movimentos. Decidia, ia inteira e agüentava o tranco - às vezes, chorando e reclamando nos braços dos irmaos e do(a)s amigo(a)s, se fosse muito duro. Agora, com mais idade, parece que fiquei mais indecisa. Na verdade, nao sei se é indecisao. O que sei é que nao necessitava de tanta reflexao para decidir meu futuro. Eu ia na onda do que estava acontecendo. Era mais fácil.
Neste momento, acho que perdi a onda, o impulso e a soltura. O futuro me faz refletir.
Estarei velha, ranzinza e antiquada?
Neste final de semana tive que tomar uma decisao importante para mim. Tive que decidir entre viver os próximos 2 anos aqui, em Madrid, ou viver este tempo em Trinidad y Tobago, no Caribe. Depois de muita reflexao, decidi ficar aqui e assumir todas as interrogaçoes que visitarao a minha cabeça nos próximos tempos: como seria viver ali? como seria dar classes a uma populaçao tao mestiça? como seria conviver com os que nasceram nas duas ilhas? como seria conviver com os ingleses? como seria o carnaval deles? E as praias? Espero, um dia, visitar estas ilhas/país e nao me arrepender da decisao tomada.
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