Na época do nosso campinho, onde jogávamos futebol, andávamos de bicicleta, conversávamos, jogávamos bola de gude...etc., uma das atividades que mais nos encantava era a de soltar pandorgas. Estas eram de diferentes cores, com roncadores e rabos variados. Era impressionante manter a pandorga no ar e observar sua dança tranquila, quando ela estava bem feita; ou seu rip-róp, quando ela estava meia-boca. Minha mae era a mentora e criadora das nossas pandorgas. Uma artista! Nunca entendi como ela aprendeu tao bem este ofício - ou este esporte. Talvez de seus irmaos mais velhos. Ela era super criativa com as cores. Embora as formas fossem sempre as mesmas, o resultado final nos deixava surpresos e entusiasmados. Nunca tivemos problemas com a simetria de nossas pandorgas - aspecto mais importante e difícil desta construçao -, e isso fazia com que a levantássemos com mais facilidade. Só dependíamos da força do vento. Lembro de olhar para minha mae em seu processo de criaçao, e de perceber sua concentraçao. Era um momento importante, para ela e para nós. Até hoje posso sentir aquela mistura de cheiros - da cola no papel, da vareta, dos fios que uniam as varetas e da concentraçao de minha mae. Um cheiro inesquecível! A criaçao da pandorga exigia habilidade e concentraçao, porque um pequeno erro podia destruir o sonho e a alegria antecipada que sentíamos. Ficávamos em suspense. Quando o processo se aproximava do final, e já nao aguentávamos mais, começávamos a rasgar os lençóis velhos e furados, para fazer a cola da pandorga. Era o último, após o carretel de linha. Depois, a corrida ansiosa de todos para o campinho. Normalmente, alguns amigos já sabiam do fato e nos acompanhavam na ansiedade. A expectativa era de todos. E nao havia nada mais emocionante e bonito que ver a nossa pandorga dando as primeiras serpenteadas, subindo devagarinho em direçao ao céu azul. Era emoçao pura! Impossível esquecer estes momentos tao intensos e agradáveis.
Com muita alegria no coraçao, percebo que nossa infância foi colorida, entre outras coisas, pelas incríveis pandorgas que esta mae-artista fazia para nós, seus amados filhos.
sexta-feira, janeiro 13, 2006
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5 comentários:
Thelminha, enquanto lia e via tuas pandorgas subindo ao céu, minhas lágrimas desciam numa saudade misturada com alegria de te ler. É m uito interessante como as palavras fazem-nos viajar a lugares guardados em nossa história.
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