Soube que o Brasil está criando o Instituto Machado de Assis (IMA). Este Instituto vai cumprir objetivos semelhantes aos do Instituto Cervantes (Espanha) e aos do Instituto Camoes (Portugal). No caso do IMA, o objetivo principal é difundir a língua portuguesa - do Brasil - em outros países. É uma iniciativa do Ministério de Relaçoes Exteriores e do Ministério de Educaçao. Muito bom!!!! Na minha opiniao, qualquer iniciativa que sirva ao desenvolvimento de competências comunicativas e que fomente o plurilingüismo é louvável.
Estamos criando condiçoes para levar a língua falada e escrita dentro do Brasil para o exterior, facilitando aos outros países um conhecimento mais profundo e eficaz da nossa língua. Isso é ótimo! Mas ficam umas dúvida na minha cabeça: estamos criando, da mesma forma, condiçoes adequadas para o ensino das línguas estrangeiras em nosso país? Estamos privilegiando da melhor maneira os nosso alunos? Estamos privilegiando igualmente alunos da escola pública e da escola privada no ensino de diferentes línguas estrangeiras? Estamos realmente incentivando nossos alunos a expandir suas experiências lingüísticas para melhorar suas competências comunicativas?
Vou levantar algumas questoes que sao objeto de minha reflexao desde que vim morar aqui, há seis anos. Estas dúvidas me ocorrem porque vejo que a Europa tem um compromisso sério e efetivo com o plurilingüismo. O incentivo constante faz com que os alunos daqui aprendam quatro, cinco, seis idiomas, ou mais. Eu tinha um colega de curso da Finlândia - mais precisamente da Lapônia, embora ele nao fosse o Papai Noel - que falava fluentemente oito idiomas, com 26 anos.
O resultado deste incentivo constante é que se percebe claramente a fluência verbal deles. Raramente vemos alguém titubear, ou buscar um sinônimo, interrompendo a linha de raciocínio. A eloqüência verbal é clara e direta. Eles têm uma competência comunicativa que chama à atençao, em qualquer classe social.
Deste modo, acredito que é o enfoque plurilingüístico que promove tais resultados. Este enfoque expande a experiência lingüística das pessoas nos contextos culturais de cada língua, desde a linguagem familiar até a sociedade em geral. E, obviamente, os individuos nao guardam estas línguas e culturas em compartimentos mentais separados, mas desenvolvem uma competência comunicativa em que contribuem todos os conhecimentos e experiências linguísticas vividas e apreendidas. O somatório de conhecimentos linguísticos e culturais contribui significativamente para melhorar as competências comunicativas de qualquer pessoa.
Neste sentido, nao temos maiores incentivos no Brasil, pois aprendemos a lingua materna e, normalmente, uma outra língua. O ensino de distintas línguas e de outras formas de expressao pode parecer supérfluo quando o país enfrenta tantas crises dramáticas e quando parte da populaçao nao sabe ler e escrever. Mas nao é assim. Este é um pensamento que reduz e minimiza as possibilidades de expansao e de melhora lingüística e comunicativa do nosso povo. O pensamento e a expressao sao a base do desenvolvimento de um país. É na hora de expressar que aparece a riqueza do pensamento e da bagagem lingüística. Na minha opiniao, o desenvolvimento da inteligência lingüística de nossa populaçao nao pode ser considerado como um aspecto secundário. Penso que se o Brasil tem dinheiro e disposiçao para levar a nossa língua para outras culturas - e isso vai representar um grande investimento -, deve igualmente incentivar a superaçao de problemas internos de expansao lingüística e comunicativa.
Para finalizar este raciocínio, acho que talvez os únicos que se beneficiem com este paradigma - o de ter contato com um único idioma estrangeiro -, que na maioria das vezes é o inglês, sao nosso vizinhos ianques. Estes vizinhos nao têm interesse em que os brasileiros conheçam outros idiomas, que pensem melhor e, principalmente, que expressem mais claramente seus sentimentos e suas vivências. Conhecer outros idiomas é sinônimo de entrar em contato e conhecer as culturas européias, e isso pode ser perigoso - dentro da paranóia ianque.
Espero que nossos dirigentes criem políticas educativas adequadas a nossa realidade, que visem prioritariamente ao desenvolvimento da comunicaçao e do entendimento dos brasileiros.
quarta-feira, janeiro 25, 2006
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7 comentários:
O caminho do IMA não deveria ser o inverso?Por que não fomentar 1o o aprendizado de outros idiomas, pelos brasileiros, e só depois que fortalecer o nosso em outros países?
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