Recebi do Paulo Lopes, um amigo querido, e resolvi postar aqui. É bonito! Recordo outra época da minha existência... e me vem, novamente, um sentimento genuino de saudade boa.
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei.
Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto.
E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
(Cecília Meireles)
sábado, janeiro 13, 2007
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3 comentários:
no vento.
Bate uma saudade de ler isso...
Nas serenatas da época da faculdade sempre cantávamos a música que o Fagner fez em cima desse poema.
Bonito demais!
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