sábado, fevereiro 04, 2006

Tesouro inca

Hoje, o jornal El País, comenta que o governo peruano quer recuperar as peças da coleçao do patrimônio inca que está na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, desde o início do século passado. Centenas de peças de Machu Pichu - a famosa cidade dos incas - foram emprestadas aos Estados Unidos para serem estudadas, com a condiçao de que ao final de um ano e meio seriam devolvidas. Já passaram 90 anos desde este acordo e o Peru ainda parece longe que recuperar seu tesouro e parte de sua milenária história. O único que este país conseguiu até agora foi um oferecimento benevolente do governo estadunidense de ser o supervisor das peças da coleçao, que, agora, estao expostas nesta universidade - como se percebe na foto ao lado. Em nenhum momento se reconhece os direitos do Peru sobre suas jóias arqueológicas. Peru calcula que sao 2.000 peças enquanto Yale afirma que só possui 250.
Parece que estamos diante de outro exercicio de poder dos Estados Unidos - para nao dizer roubo descarado - como aconteceu com as obras de arte do Iraque...e de tantas outras culturas!!! Os estadunidenses continuam com sua política invasora e de subtraçao da propriedade alheia, em nome do bem comum. Obviamente, eles se consideram o bem comum da humanidade e, para isso, outorgam-se o direito de invadir histórias, roubar culturas e determinar como fazer uso dos tesouros subtraídos aos donos originais.
A invasao dos países - conforme seus interesses - e a destruiçao de vidas ainda nao encontraram a oposiçao firme e forte dos demais países do mundo, que parecem assistir perplexos ao saqueio vergonhoso. Por que o mundo permite? Por que nao se juntam efetivamente contra esta postura ditatorial e psicopata? Bastaria uma uniao firme dos países. Nada mais. Nao entendo realmente porque isso nao acontece.
Depois que assisti ao filme Hotel Ruanda, e procurei ler mais coisas sobre a briga entre os hutus e os tutsis, entendi porque os Estados Unidos nao quiseram intervir naquela matança - e em outras que presenciamos diariamente nos países da África. Porque sao países pobres e que nao têm o petróleo do Iraque e suas obras de arte. Os países africanos já foram sugados por Inglaterra, França, Espanha e Portugal, principalmente. Deste modo, os justiceiros do mundo nao têm interesse nestes países. Sua política invasiva esta relacionada com a certeza do lucro.
Em relaçao à África, eles a invadem de outra forma. Nao levam seus tesouros arqueológicos ou suas obras de arte. Levam o maior dos tesouros: a vida humana. A África é usada especialmente como laboratório para suas experiências, como também retrata muito bem o filme O Jardineiro Fiel, que mostra a vinculaçao dos países europeus com os Estados Unidos no que se refere à indústria farmacêutica, onde rolam bilhoes e bilhoes de dólares. Este filme mostra muito claramente que as vidas humanas na África nao têm valor e que as experiências laboratoriais feitas ali proporcionam um lucro estratosférico às grandes indústrias farmacêuticas. Estas fazem as experiências nos africanos, aperfeiçoam os medicamentos com as vidas africanas e vendem para o mundo todo, menos para a África, que nao tem dinheiro para pagar - como acontece com os remédios contra a SIDA. Um paradoxo? É a realidade.
Mas o tema que eu quero abordar agora é o Peru, embora o tema da África também mexa muito comigo.
Em 1553, o Peru foi invadido pelo espanhol Pizarro, que, em nome da integridade dos espanhóis e da Coroa Espanhola, destruiu a importante civilizaçao encontrada: a civilizaçao inca. Era uma civilizaçao com organizaçao social e econômica muito evoluída para a época, possuindo um desenvolvimento surpreendente em aspectos como sociedade, educaçao, família, escrita, literatura, escultura, música, arquitetura, religiao, matemática e astrologia. E foi tudo para o espaço! Da mesma forma como aconteceu com a civilizaçao azteca, no México, que os espanhóis também destruíram, alegando os mesmos motivos. Que bárbarie! Neste sentido, os espanhóis fizeram igual aos vândalos - povo nórdico que invadiu a Península Ibérica no século IV e que foi destruindo tudo o que encontrava pela frente.
Na época da invasao à civilizaçao inca, os espanhóis só encontravam valor nas jóias e nas terras. Eles fizeram o que fizeram contra a civilizaçao inca, porque temiam a organizaçao e a evoluçao alcançada por aquele povo.
Portanto, o Peru foi saqueado e roubado pelos espanhóis naquela época e, agora, depois de centenas de anos buscando a recuperaçao da sociedade, encontra a prepotência estadunidense que tenta retirar seus direitos sobre este momento histórico. Roubaram suas riquezas e tentam roubar sua história. Lamentável! Alegam os estadunidenses que os peruanos nao têm condiçoes de cuidar de sua arte e reduzem a 250 um tesouro de mais de 2000 peças. Roubo indecente que, provavelmente, vamos assistir calados.
Nesta mesma linha, os estadunidenses tentam subtrair uma das maiores riquezas do Brasil: a Amazônia. Eles vao se instalando ali e levando tudo o que podem, além de gritar ao mundo que nao somos sábios e inteligentes para guardar este patrimônio. Nao temos condiçoes de cuidar desta flora tao rica. Eles, sim.
Resta saber se vamos permitir este saque ao nosso patrimônio natural.

4 comentários:

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